quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Entrevista a João Oliveira

BI
Nome:
João Oliveira
Posição: Fixo/Ala
Idade: 27 anos
Profissão: Gerente de loja
Naturalidade: Covão do Lobo.

Há quanto tempo pratica a modalidade?
Estou no clube do Covão do Lobo há cerca de 10 anos e pratico a modalidade de futsal há 7 anos. Comecei a jogar futebol de 11 federado com 14 anos, em Mira, nas camadas jovens do Alariba. Depois passei por Febres. Naquela altura não havia camadas jovens aqui no Covão do Lobo. Quando vim para o Covão do Lobo nunca mais saí.



O que guardou das passagens por outros clubes?
Principalmente a amizade. Conheci pessoal diferente, porque era outro concelho, com caras diferentes.

Porque continuou com esta pratica desportiva até aos dias de hoje?
Sempre gostei de futebol e a vida profissional nunca me fez abandonar esse gosto. Sempre tive a oportunidade de conjugar tudo, unindo o útil ao agradável. O futebol é extra-trabalho, permite fazer o que gosto e estar com amigos, conhecer pessoas novas e libertar da rotina do dia-a-dia de trabalho.

Jogar no Covão do Lobo, terra onde nasceu, é importante para si?
É importante ser na minha terra porque ajudamos a levar o nome do Covão do Lobo o mais longe possível, concretizando o sonho dos dirigentes e jogadores.
Tem um sabor especial. Nas terras pequenas todos nos conhecem. É bom quando corre bem, mas quando corre mal temos de ouvir ‘bocas’ dos outros. Os meus pais têm um Café e tenho muito feedback por parte das pessoas.

Tem muitos amigos na bancada a apoiar os jogos?
O meu irmão está nas camadas jovens e a maioria dos amigos estão ao meu lado no campo. Mas tenho familiares que assistem. O meu pai acompanha sempre e vejo nas bancadas outras pessoas da terra que conheço há muitos anos.

Imagina-se fora desta actividade e rotina?
Para breve não, nem imagino… Estou habituado à rotina de treinos e jogos. Na nacional perdemos mais tempo do que na distrital, é uma realidade, mas como sou solteiro e não tenho compromissos familiares, vou tendo disponibilidade.

Continua a ser o ‘clube da terra’ pelo qual tem um apego afectivo, mas é muito diferente militarem num divisão distrital ou na nacional…
É diferente. Jogar na nacional dá outra imagem, tem outro gosto. Jogamos com equipas mais fortes, dá outra ‘pica’. Não tem comparação.

Mas sente mais responsabilidade quando entra em campo?
A responsabilidade de quem leva as coisas a sério é sempre a mesma. Sinto é mais vontade e mais garra, porque quanto mais alta a divisão, mais força e gozo temos.

Passou pelas duas fases: distrital e nacional. Como viveram a subida?
A subida não foi inesperada. Nessa altura veio o Mister e mais uns reforços do Anadia. Começamos tremidos mas o grupo uniu-se e começamos a trabalhar e a acreditar que era possível. Era algo desejado há alguns anos. A festa foi espectacular. Só quem viveu aqueles momentos e está dentro do grupo é que consegue dar o devido valor. Passamos muitas dificuldades durante o ano inteiro e é com muito esforço que se fazem certas coisas. No fim, ver os frutos do trabalho é espectacular. Foi uma festa de arromba.

Os adeptos locais ou das freguesias vizinhas encaram o clube de forma diferente, agora que estão a jogar na 3ª divisão nacional?
Agora temos mais pessoas a ver os jogos e não são só do Covão do Lobo. As pessoas têm mais vontade de ver um jogo da nacional do que da distrital. O ano passado, em jogos para a Taça, jogamos com equipas da 1ª nacional e vieram muitas pessoas que gostam de desporto em geral e não só futsal, ao pavilhão. Sentimos mais apoio. O carinho daqueles que nos acompanharam mantém-se sempre.

Quais as principais dificuldades que sentem?
Há sempre dificuldades, desde lesões até ao entrosamento de novos elementos no clube, que demoram a adaptar-se e não dão logo o melhor contributo. Há muitas dificuldades e é preciso viver esta realidade por dentro para perceber. Mas quando os grupos são realmente fortes, como é o nosso caso, essas questões são resolvidas e unimo-nos todos para ultrapassar os problemas e lutarmos todos para o mesmo lado. Quando remamos todos para o mesmo lado, torna-se mais fácil.
Em termos de infra-estruturas, é de realçar o facto de o pavilhão ser do clube. As coisas foram evoluindo e as condições são melhores, principalmente a nível de material e das pessoas que trabalham connosco. Não somos profissionais e sabemos que não podemos exigir ‘mundos e fundos’. Não podemos comprar tudo ao mesmo tempo, como as máquinas de musculação que gostaríamos. É necessário estabelecer prioridades. De destacar o facto de termos um fisioterapeuta que vem do Porto, para o qual foi necessário criar condições de trabalho e comprar equipamentos. O principal é o bem-estar físico dos atletas.

Para esta época desportiva houve vários reforços. Foi difícil conseguir coesão?
Não é difícil se houver vontade. Mas demora sempre algum tempo até haver entrosamento dos novos reforços, perceberem o modelo de jogo e o que o treinador pretende. São bons jogadores, mas só agora aparece o seu real valor e começam a ajudar o grupo.

No fim da 1ª volta, o Covão do Lobo estava na 7ª posição. É um lugar que espelha o que o clube vale?
Não, estávamos à espera de mais. Não pensávamos que haveria tantas dificuldades de entrosamento. Cometemos erros que não deveríamos ter cometido, logo no início da época. E isso na Nacional paga-se caro. Porque é mais difícil ‘correr atrás dos resultados’ e recuperar.
Merecíamos mais, mas como colectivo não mostramos ainda a real força e valor do Covão do Lobo. É a posição que temos, seja ou não merecida. Agora queremos fazer uma boa 2ª volta

Até onde gostava de ver chegar o clube?
Em relação a esta época desportiva, sabemos que subir será muito difícil, porque as equipas do cimo da tabela são muito fortes e já estamos muito distanciados em termos de pontos. Vamos fazer o melhor…

E no futuro?
Gostava de jogar na 1ª nacional e no Covão do Lobo. É um sonho que todos os que estamos aqui há mais anos partilhamos e sonhar não custa, e Mas temos de ser realista e temos de trabalhar muito para isso. E se lá chegarmos, não sei se ainda vou cá estar para jogar… Vou continuar a trabalhar para isso, assim como os meus colegas… Para levar o clube cada vez mais alto.
Para isso é preciso bons jogadores e pessoas com amor à camisola, para não perder a mística do clube e manter o grupo coeso.

1 comentário:

Anónimo disse...

Ai esta uma entrevista que espelha bem o que tu es...HUMILDE...um senhor...que sorte tem o COVAO de ter um jogador como tu.
Um dia vou dizer com muito orgulho aos meus netos:joguei com o JOAO do Covao do Lobo...
Que todos o teus objectivos se cumpram...GRANDE AMIGO
Um grande abraço desde Madrid.